Lutero protestou contra uma igreja que oprimia. Uma igreja que, chamada a realizar o evangelho da liberdade, tornava a vida e a morte objetos de barganha e comercialização. Afixou suas teses protestantes do lado de fora da catedral de Wittenberg. Porque é do lado de fora que a vida acontece.
Fez questão de traduzir a Bíblia pra língua que o povo simples das ruas falava (o alemão). Em algum sentido, o protesto luterano nasceu como uma celebração da educação. Traduzir. Esclarecer. Mais do que simplesmente acreditar na Palavra, Lutero apostava na tomada de consciência e na autonomia.
Passados quase 500 anos, e depois de a Bíblia estar traduzida pra tantos idiomas e dialetos, há, mais do que nunca, um urgente clamor por uma nova reforma. Dessas que nos ajudam a por fé na palavra (menos manipulada) e a pregar novas e velhas teses do lado de dentro e de fora da igreja.
E a educação, que parece sucumbir no improviso irresponsável, ainda sobrevive como promessa.