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Prof. Ricardo Lengruber (ricardo@lengruber.com)

(Menos) Política, (Mais) Inteligência


- opiniões sobre a questão do Estacionamento Rotativo

​​A mim, me parece óbvio que a administração pública tem por objetivo servir à sociedade. O prefeito, por exemplo, deve ser um servidor público atento aos interesses e opiniões da população. E deve, por força de sua posição e de informações privilegiadas que possui, esclarecer, de forma transparente, sobre a real situação do município – contas, percentuais, limites, entraves, opções etc.

No caso do estacionamento rotativo em Friburgo, está claro para mim que a situação é bem mais complexa do que o que se tem dito por aí – que cobrar é a solução para o motorista encontrar vaga com mais facilidade. Isso é raso. Um equívoco, na verdade.

Cobrar por cobrar – e, ainda por cima, cobrar por meio de uma empresa privada – só trará lucro para a empresa (sem necessariamente incremento substancial aos cofres públicos) e só trará mais despesas para a população. Aliás, população que não aguenta mais impostos e taxas.

Antes de cobrar, a prefeitura precisa apresentar um planejamento de curto, médio e longo prazos. Um estudo bem feito que mostre todos os investimentos que precisam ser feitos. Algo que contemple melhoria no transporte coletivo, no setor de mercadorias, táxis, bicicletas, calçadas, sinalização, engenharia, fiscalização etc.

Depois disso feito, então será a hora de criar mecanismos simples, mas representativos, de fiscalização dos eventuais recursos angariados nas ruas da cidade com o estacionamento. Um conselho de usuários, por exemplo.

Aí, sim, a cobrança faria sentido – cobrar aqui para investir ali. Um gasto a mais em troca de um benefício a mais para a população.

Mas ainda tem mais: essa cobrança deveria ser feita de modo inteligente, moderno, otimizado. Não é possível que com as tantas opções que as novas tecnologias oferecem que o modelo adotado será espalhar um monte de gente pela rua com prancheta ou um monte de postes de parquímetros nas calçadas.

Talvez, o limão possa se tornar uma boa limonada – as dificuldades de agora podem gerar conhecimento e inovação para, inclusive, exportar. Essa história de que a cidade A ou B fez assim ou assado é comodismo. Copiar o que não dá totalmente certo em lugar nenhum é atraso. Vamos tentar incorporar as boas experiências, sim, mas inovar a partir delas aperfeiçoando-as.

O que a gente menos precisa é de mais gastos. O que a gente mais deseja é uma cidade mais organizada, humanizada e, de fato, inteligente.

Vamos torcer.

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