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Prof. Ricardo Lengruber (ricardo@lengruber.com)

AVALIAÇÃO NÃO É PROVA. MAS PROVA MUITA COISA.


Corre por aí a notícia que algumas Secretarias de Educação pelo país estão contratando empresas para realizar avaliações de desempenho de estudantes da educação básica.

É claro que Avaliação da Aprendizagem é um componente imprescindível em qualquer Projeto Político Pedagógico sério. Avaliar é fazer uma breve pausa na caminhada para verificar em que ponto estão os estudantes e, com base nos resultados da avaliação, remodelar as estratégias para que todos alcancem os objetivos propostos.

A avaliação é do processo de ensino e aprendizagem e não das pessoas. A avaliação ilumina o trabalho de professores reorientando-o para que se garanta a efetiva e significativa aprendizagem.

Nesse sentido, a Avaliação precisa ser “interna”, na medida em que os próprios professores elaborem seus instrumentos porque conhecem por dentro toda a caminhada já percorrida e a ainda a ser realizada. E precisa, também, ser “externa”, na medida em que instâncias independentes possam checar sem eventuais vícios do processo interno o momento da aprendizagem.

Ambos os aspectos se complementam e se aperfeiçoam. Avaliações exclusivamente internas tendem a ser negligentes e as exclusivamente externas tendem a ser opressoras.

Não dá para acreditar apenas na avaliação da sala de aula, tampouco apontar todo o processo exclusivamente para uma prova de fora (vestibular, por exemplo).

O problema surge quando uma Secretaria de Educação contrata “consultorias” para avaliar, sem que haja, antes, um competente sistema de avaliação interna, que saiba bem verificar o atingimento de determinados objetivos.

Quando isso ocorre, duas questões são inevitáveis: de um lado o ranqueamento dos estudantes e das escolas como se estivessem numa competição (e todos os ônus que essas relações promovem); de outro, uma responsabilização exclusiva de professores por eventuais resultados insuficientes.

Isso, é claro, sem falar no desperdício ou no do recurso público para financiar essas esquisitices. Avaliação não é só prova, mas as vezes prova que há muita gente mal-intencionada.

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